O político Alexandre Sebastião André questionou hoje, em declarações à Rádio Correio da Kianda, o destino dado muitas vezes aos recursos financeiros e patrimoniais do Estado angolano, recuperados no âmbito no processo de combate à corrupção e recuperação de activos desviados de forma ilícita.
Alexandre Sebastião André fez esta análise na sequência das informações dadas pelo Presidente da República, João Lourenço, aquando do seu discurso, na última semana, sobre o Estado da Nação, que teriam sido recuperados pelo menos 7 mil milhões de dólares.
O especialista que se mostra preocupado com a omissão do destino dos recursos recuperados, aponta a actual situação socioeconómica do povo angolano, para alertar as autoridades sobre a aplicação responsável e gestão transparente do dinheiro recuperado, que foi desviado de forma ilícita.
Para o também advogado, nota-se que tal vez por falta de publicitação ou divulgação dos seus resultados, que houve um abrandamento no combate à corrupção em comparação ao período do primeiro mandato do Presidente João Lourenço.
Alexandre Sebastião André denuncia assim um outro modelo de corrupção nos tempos actuais que passa por adjudicação directa de obras públicas, contrariando a adopção de concurso público estipulado por lei.
“Hoje em termos de contratação pública, está na moda é a adjudicação directa de obras, o que era algo excepcional agora virou regra” sustentou.
As declarações foram feitas aquando do espaço “Revista de Imprensa” desta emissora, emitido todas as segundas-feiras.
Durante o programa, Alexandre Sebastião André afirmou que as interrupções verificadas ao longo deste período e aquilo a que chamou de manobras, eram sinais de que o julgamento dos generais Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, não tinha pernas para andar, por conta de informações que apontam agora que hakers eliminaram provas de suposto empréstimo indevido de 150 milhões de dólares do Gabinete de Construção Nacional à CIF.
Fonte: Portal de Angola