Em Cabo Verde, dados apontam que o AVC, é a principal causa de morte, responsável por perdas humanas evitáveis, incapacidades prolongadas e tem um impacto social e económico que se faz sentir em todas as famílias e comunidades do país. Em consequência é uma tragédia médica e um grande desafio ao desenvolvimento de Cabo Verde.
Esta realidade é destacada pelo Ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, na abertura da Jornada Científica, dedicada ao Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral 2025 sob o lema “ No AVC, cada minuto conta”.
Segundo o Ministro da Saúde, o Governo de Cabo Verde, através do Ministério da Saúde, tem assumido como prioridade a consolidação e o fortalecimento da resposta nacional às doenças não transmissíveis, com particular enfoque nas doenças cerebrovasculares, com o objetivo de reduzir a mortalidade e a incapacidade funcional associados a estas patologias.
Jorge Figueiredo, destacando algum progresso científico, diz que com o apoio de parceiros internacionais, introduziu-se com sucesso a trombólise endovenosa, cujo primeiro caso foi realizado a 15 de junho de 2020 no HUAN e, desde então, 30 doentes já beneficiaram desta terapia, metade recuperou totalmente ou quase totalmente.
Desde de 2020, Cabo Verde tem implementado a Via Verde do AVC (VVAVC), uma estratégia que articula a resposta pré-hospitalar, hospitalar e inter-hospitalar, permitindo melhoria no acesso, equidade e eficácia do sistema. Para Jorge Figueiredo a proposta é que a VVAVC seja gradualmente expandida a outros hospitais centrais e regionais, dotando-os de meios diagnósticos e equipas de intervenção, nomeadamente a tomografia axial computorizada(TAC), o do doppler cervical, os protocolos clínicos e a comunicação digital entre unidades, com o objetivo de reduzir a mortalidade por AVC e a redução autonomia funcional.
Apesar dos avanços, o Ministro da Saúde admite desafios e elenca passos a serem dados na consolidação de respostas em rede, ampliação da capacidade diagnóstica, investimento na formação continua, e para um futuro próximo, aponta a criação da primeira Unidade de AVC no HUAN, um espaço multidisciplinar, que vai permitir o internamento, monitorização e reabilitação precoce de doentes com AVC, reduzindo significativamente as evacuações médicas para Portugal.
O titular da pasta da saúde reafirma o compromisso do Ministério na prevenção e na literacia em saúde, integrando campanhas de sensibilização sobre AVC, para que cada cabo-verdiano saiba reconhecer os sinais de alerta e pedir imediatamente a ajuda.
O Workshop acontece numa altura em que as doenças não transmissíveis, em particular as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, representam o maior desafio da saúde pública mundial e cabo-verdiana, e reúne médicos, enfermeiros, fisioterapeutas ocupacionais, psicólogos e vários outros profissionais, para debate de temas sobre a prevalência e tratamento do AVC, partilha de experiências com especialistas de Portugal e reforço de pontes de cooperação cientifica e técnica.
A nível mundial, o AVC é, de acordo com a Organização Mundial de Saude (OMS), a segunda causa de morte no mundo e responsável por cerca de 6 milhões de mortes anuais globalmente.
Fonte: Portal de Angola
