O governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, apelou esta sexta-feira (10.10) aos grupos insurgentes que desestabilizam a província do norte de Moçambique para aproveitarem o diálogo nacional inclusivo como espaço de manifestação das suas reivindicações.O convite foi feito num encontro com a população do distrito de Mocímboa da Praia, local onde a insurgência teve início em 2017 e onde, recentemente, os terroristas reuniram crentes numa mesquita.
“Agora temos oportunidade com este Diálogo Nacional e Inclusivo de trazermos aqui, para vermos onde é que está o problema. Se há quem se acha ferido nalguma coisa, então é o momento haver esse diálogo em que todos os moçambicanos, se forem moçambicanos, tragam esses assuntos a mesa para serem comprendidos e encontremos um meio termo para todos estejamos unidos”, disse Tauabo.
E se forem insurgentes estraneiros?
O governador sublinhou que o diálogo em curso é uma oportunidade legítima para os insurgentes expressarem formalmente as suas inquietações, em vez de recorrerem à violência que tem assolado a região.
“E se são estrangeios, aí haveremos de descobrir que a situação que está a acontecer no nosso país, aqui na nossa província em particular, não tem nada haver com moçambicanos, é com estrangeiros. Aí o tratamento vai ser outro, mas sempre convidados para virem à mesa para ouvirmos e deixarem de pôr a nossa população em sofrimento”, afirmou o governador.
Nos oito anos de insurgência na região, repetitivos relatos também dão conta da presença de homens estrangeiros, do continente africano, entre os insurgentes. Sobre as consequências desse período marcado por violência, Tauabo faz a seguinte avaliação: “Isso faz com que o nosso desenvolvimento siga atrasado e tudo o que estamos a construir e reconstruir para o bem estar de todos acaba criando um problema porque é novamente destruido. Não nos permitem construir”.
Fonte: Portal de Angola