O Governo já tem os recursos mobilizados que irão permitir realizar as intervenções de emergência em S. Vicente, após a tempestade Erin que assolou a ilha, mas “é preciso mais recursos adicionais e o engajamento de todos, para termos no futuro uma ilha mais resiliente”, neste caso S. Vicente – onde o impacto foi maior -, “face às alterações climáticas”.
Essas considerações foram feitas pelo Primeiro Ministro no encontro entre o Governo e os Parceiros de desenvolvimento de Cabo Verde, nomeadamente Embaixadas, Organizações Internacionais e Financeiras no qual o Executivo teve oportunidade de apresentar o estado da execução das medidas de respostas pós-tempestade, provocados pela tempestade do passado 11 de agosto.
“A catástrofe natural provocada pela tempestade Erin, expôs Cabo Verde, a um choque externo idêntico ao que se regista em vários Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, SIDS”, considera Ulisses Correia e Silva, acrescentando que “os impactos normalmente são gravosos e têm o potencial de destruir a economia de um país”.
Por isso, para além dos compromissos com a resiliência, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, é inevitável a necessidade de recursos extraordinários para situações excecionais provocadas por catástrofes naturais.
De acordo com o Chefe do Executivo, o encontro realizado esta tarde, em Mindelo, “foi uma oportunidade para avaliar os impactos na perspetiva macroeconómica e financeira, os recursos mobilizados e a mobilizar e a perspetiva de médio e longo prazo para o aumento da resiliência face a choques climáticos severos”.
As diversas medidas estão estimadas, em termos de recursos, em 35 milhões de euros para a reabilitação e reconstrução de infraestruturas e 10 milhões de euros para a proteção social e económica (inclui compensação para viaturas sinistradas).
“Estes são os recursos necessários para as intervenções durante o corrente ano de 2025 e 2026, enquadradas nas respostas de emergência social, económica e infraestrutural”, apontou.
Para intervenções de médio e longo prazo em sistemas de drenagens, sistemas de saneamento, infraestruturas rodoviárias e urbanas resilientes, habitação segura e em assentamentos populacionais fora de zonas de risco, a previsão é de cerca de mais 350 milhões de euros de investimentos, abarcando S. Vicente (com maior impacto), Santo Antão e S. Nicolau.
“A adesão foi boa”, considera Ulisses Correia e Silva, diante das respostas positivas dos Parceiros. “Os montantes são elevados, mas acredito que iremos alcançar um bom compromisso, executar e fazer com que a ilha possa retomar a sua normalidade, o que já vai acontecendo aos poucos”, sublinhou.
“Na gestão dos recursos, garantimos transparência e prestação de contas”, garante o Chefe do Governo, anunciando que as medidas são suportadas por resoluções do Conselho de Ministros e despachos ministeriais, publicados no Boletim Oficial, disponíveis para qualquer instituição e qualquer cidadão consultar.
O Primeiro Ministro aproveitou o momento para agradecer os parceiros multilaterais, bilaterais pelas diversas respostas e iniciativas imediatamente implementadas após a tempestade e as acções de solidariedade da diáspora, das empresas e instituições cabo-verdianas e estrangeiras, das associações, Igrejas e ONG.
“Juntos vamos reforçar o compromisso com as respostas, adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas em Cabo Verde”, disse.
Fonte: Portal de Angola
