A HORA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE NA ERA DA ENERGIA LIMPA

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Por Eric Overvest, Coordenador Residente das Nações Unidas

São-Tomé, 05 Ags ( 2025 ) –O mundo encontra-se hoje diante de uma transformação energética irreversível. A energia limpa, antes vista como um sonho distante, é hoje uma realidade concreta e cada vez mais acessível. No passado dia 22 de julho, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, foi claro no seu discurso “Um Momento de Oportunidade: Impulsionar a Era da Energia Limpa”, ao afirmar que “os combustíveis fósseis estão com os dias contados” e que a transição energética deixou de ser uma escolha opcianal, mas sim uma urgência e ao mesmo tempo uma oportunidade histórica para reconfigurar as nossas eeconomias de forma justa, sustentável e inclusiva.

Estamos a entrar numa nova era, onde as energias renováveis, tornam-se mais viáveis e competitivas a cada dia. Esta transição não apenas uma mudança tecnológica, mas sim uma oportunidade histórica para repensar o modelo económico, promover justiça social e combater as desigualdades. Com a devida orientação, a transição energética pode criar empregos decentes, valorizar o papel das mulheres e dos jovens, e garantir que ninguém fique para trás, nem geograficamente, nem socialmente. São Tomé e Príncipe, não é alheio a este movimento global. O país, já assumiu um compromisso ambicioso com a transição energética. A atual dependência de cerca de 95% de fontes térmicas baseadas em gasóleo, coloca pressão sobre os recursos públicos, expões vulnerabilidades nas infraestruturas e perpetua desigualdades no acesso à energia, especialmente nas zonas rurais e remotas.

Felizmente o país também possui um potencial notável por explorar. Os recursos naturais como o sol e a água, abundantemente disponíveis no arquipélago, oferecem uma base sólida para diversificar a matriz energética, reduzir custos e garantir uma maior estabilidade no fornecimento de eletricidade.

O compromisso do Governo é claro e alinhado com a agenda climática global: alcançar, até 2030, uma matriz energética com pelo menos 50% de fontes limpas. Esta meta integra-se nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) e nos compromissos assumidos no âmbito do Acordo de Paris. Trata-se de um sinal positivo de vontade política e de alinhamento com o futuro que desejamos construir.

A modernização da rede elétrica, o aumento da eficiência no uso da energia e a extensão do acesso a uma energia fiável, que ainda hoje exclui cerca de 15% da população são-tomense são considerados um dos principais aceleradores do desenvolvimento sustentável do país. Os ganhos são múltiplos, a concretização dos projetos de energias renováveis deverá reduzir substancialmente os custos de produção e facilitar o acesso à energia a preços mais baixos para os consumidores.

Mas esta transformação não se faz de forma isolada. Exige uma ação coordenada e firme por parte do Governo, dos parceiros de desenvolvimento, do sector privado e da sociedade civil. Requer, igualmente, uma reconfiguração da arquitetura financeira internacional, assente num novo pacto de solidariedade global que assegure aos países em desenvolvimento, como São Tomé e Príncipe, acesso equitativo, previsível e adequado ao financiamento em função do clima e do desenvolvimento desejável.

A Nota de Advocacia para o Setor de Energia em São Tomé e Príncipe, elaborada pelo Ministério das Infraestruturas e Recursos Naturais em estreita colaboração com as Nações Unidas, oferece uma visão estratégica sobre os principais desafios e oportunidades do setor das energias renováveis. O documento identifica os principais obstáculos e propõe caminhos concretos, como o reforço da governação do setor, o investimento em infraestruturas e uma melhor coordenação interinstitucional. Convido todos os interessados a consultá-lo no seguinte link: https://saotomeeprincipe.un.org/pt/292977-nota-de-advocacia-energia.

Tal como referiu António Guterres este é “o nosso momento de oportunidade”. Um momento para fazer escolhas corajosas e investir num modelo energético mais justo, limpo e sustentável. A responsabilidade é coletiva e o tempo de agir é agora!

Fim/EO

Fonte: São Tomé e Príncipe

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